“Primeiro semestre na Câmara foi de grande avanço”, diz Luiz Almir

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Com a Câmara Municipal de Natal em recesso e com previsão de volta apenas para agosto, os vereadores aproveitam para descansar e planejar o segundo semestre legislativo. Caso do vereador Luiz Almir (PR), que em entrevista ao Agora Jornal fez uma avaliação positiva do que a Casa dos Parlamentares vivenciou durante os primeiros seis meses deste ano, opinando que houve um “grande avanço” nas matérias observadas. Ainda na conversa, Luiz Almir falou sobre suas expectativas para a segunda metade 2017, analisou as gestões do prefeito Carlos Eduardo (PDT) e do governador Robinson Faria (PSD), bem como ofereceu sua opinião acerca das eleições de 2018 para os pleitos de governador do Rio Grande do Norte e do Senado. Confira na íntegra:

AJ: Como o senhor avalia o primeiro semestre legislativo na Câmara Municipal de Natal?

LA: Para mim foi um avanço fazer a Câmara Cidadã nos bairros, que nos levou para junto da população. A Comissão da qual sou presidente – de Finanças –, conseguiu que todos os projetos que estavam arquivados fossem colocados em dia; todos os projetos estão em dia, avançou-se em tudo. Meu orgulho maior foi o congelamento de salários de vereadores, secretários e vice-prefeitos até 2020. Foi uma iniciativa minha e todos os colegas concordaram. Foi a primeira capital do Brasil a fazer isso, então acho que foi um primeiro semestre de muito avanço.

AJ: E quais são as expectativas para o segundo semestre?

LA: Estou muito entusiasmado para o segundo semestre, temos todos um bom entendimento e acho que isso soma para Natal. Eu não sou político de partido, porque acho que todos os partidos têm pessoas boas e ruins, eu sou político de pessoas. Eu procuro fazer a minha parte e torço para que cada uma faça a sua para o melhor de Natal, sem demagogia. Esse primeiro semestre já foi bem melhor em termos de discutir Natal. Novamente lembro que precisamos discutir Natal, e não pessoas ou partidos. O que for melhor para Natal, vamos aprovar. Espero que haja mais coleguismo e união em defesa de Natal. Já foi assim no primeiro semestre e espero que seja assim no segundo, independentemente de questões políticas partidárias.

AJ: O que achou da eleição antecipada que definiu Paulinho Freire como próximo presidente da Câmara Municipal de Natal para o biênio 2019/2020?

LA: Paulinho Freire é um bom nome. Eu fui vereador em outras épocas em que Paulinho foi presidente e ele presidiu bem esta casa.

AJ: O senhor já decidiu se pretende disputar algum outro cargo em 2018?

LA: Mesmo dizendo que tenho pretensão de sair da vida pública, uma vez que já tenho 65 anos e sou viúvo, há muita manifestação de pessoas nas ruas, rádio e televisão pedindo que eu seja até deputado federal. Isso me deixa muito feliz, mas é uma decisão que só posso tomar ano que vem. Neste ano temos que trabalhar por Natal.

AJ: Que avaliação o senhor faz do atual mandato do prefeito Carlos Eduardo e do governador Robinson Faria?

LA: Acho que Carlos Eduardo passa pelas mesmas dificuldades que o governador passa e que o Brasil passa. Não sou advogado do prefeito, mas só faz tudo Deus porque pode, o mentiroso porque mente e a oposição que promete; uma coisa é dizer, outra coisa é fazer. O prefeito está com dificuldades, como o governador também. Eu torço que eles deem prioridade a colocar o salário dos servidores em dia, porque é muito importante trabalhar e receber. Torço para que os dois busquem alternativas para colocar o pagamento em dia. Colocando em dia, a prioridade é a saúde, que está em estado de calamidade. Fui me informar sobre o Hospital Memorial, que suspendeu o atendimento ortopedista, e são mil pessoas na fila. Essas pessoas podem acabar pagando um alto preço por essa demora. O governador me disse que até na próxima terça-feira, 25, vai dar R$ 4 milhões dos R$ 5 mi que deve; o prefeito me disse que está empenhado em arrecadar recursos também. São coisas com que a gente fica triste, mas temos que cobrar e ver alternativas. Quero ver o salário em dia, quero ver Natal 100% saneada. Se tudo isso acontecer, será que eu não me entusiasmo para disputar uma campanha federal ou estadual?

AJ: Qual é a sua avaliação da pretensão do governo em fazer com que Natal seja a primeira capital brasileira 100% saneada?

LA: É muito ruim ver as ruas quebradas pela Caern, mas o benefício que vem é definitivo: isso fará Natal ser a primeira capital do Brasil 100% saneada. O governador Robinson reafirmou que a zona Norte será 100% saneada até fevereiro ou março de 2018, então é um avanço muito grande. Toda obra traz um prejuízo primeiro – o quebra-quebra –, depois vem o benefício; estou torcendo muito pelo saneamento.

AJ: Como o senhor avalia o transporte público de Natal?

LA: Precisamos de um transporte melhor. Há a pretensão de se colocar 70 novos ônibus, e estamos cobrando. Agora, tem a oposição que às vezes exagera – pedem ônibus com ar-condicionado, descanso para os pés e para as mãos. Não podemos exagerar, mas o que for possível, sendo bom para Natal, temos que discutir.

AJ: E a segurança pública?

LA: Há poucos dias vimos um vagabundo que foi preso com um quilo de maconha, vendendo numa boca de fumo. Dez dias depois já estavam soltos porque eram menores. É preciso que se acabe com isso. É uma fábrica de bandidos. No papel, a lei é uma beleza, mas na prática é uma fábrica de bandidos. Quem tem 25, 30 e 40 anos, coloca os jovens para matar, roubar e estuprar, porque não dá em nada. Todo dia tem vândalo de 16 e 17 anos fazendo isso. Bandido não tem idade; bandido é bandido. Se eu estivesse lá, já teria batido na mesa. O aumento da violência surge disso.

AJ: Como o senhor tem visto a crise política que assola Brasília?

LA: Eu não gostaria de estar nem perto de lá. Nem viajo para discutir; se vou lá, me sinto mal. Acho que há muito a se mudar, com poucas exceções. A corrupção está se generalizando. As pessoas falam muito na política, mas há corrupção no futebol e na sociedade, com pessoas de 40 anos tomando, por exemplo, vaga de idosos. Então, a corrupção se generaliza. Falta lei. Brasília anarquizou o país, porque deu um péssimo exemplo. Todo mundo acha que pode tudo, é preciso ter lei para aqueles que cometem erros e direitos para os que andam direito.

AJ: Para 2018, como o senhor enxerga o quadro de disputa para o pleito de governador do RN?

LA: Sinceramente, vejo um quadro ainda muito nebuloso. Temos o governador Robinson com suas dificuldades e muita boa vontade, mas com poucas condições de fazer; a oposição, que já é conhecida de prometer, e às vezes não faz… Se as eleições fossem hoje, teríamos dificuldades de designar nomes. Vamos ver se em 2018 vai clarear o Rio Grande do Norte e o Brasil. Vamos votar para presidente em quem? Vamos ver se daqui para 2018 surge um nome menos ruim, porque bom está difícil. Por enquanto, temos só Robinson; fale-se Fátima Bezerra, que é uma pessoa de bem, mas que pertence a um partido radical demais e isso pode prejudicar; e Carlos Eduardo, que é um homem integro, mas que enfrenta dificuldades em quatro mandatos de prefeitura.

AJ: E como vê as disputas para o Senado?

LA: Para o Senado, eu acho que só tem um nome que vai entrar – só não sei na vaga de quem: o de Zenaide Maia. Trata-se de uma mulher de muita coragem. Eu faço parte do PR, partido do qual ela vai sair e com razão, uma vez que o partido a puniu por ela defender o trabalhador. Eu, inclusive, entreguei a presidência municipal do partido em solidariedade a ela. É o que eu disse, não podemos falar de partido. Acho ela muito bem-intencionada, competente e disposta. Tenho a impressão de que ela será a surpresa nas eleições para o Senado.

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