Rio Grande do Norte é o estado que apresenta maior variação na taxa de homicídios: 232%
O Brasil teve em 2015 uma taxa de homicídios de 28,9 a cada 100 mil habitantes, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No ano, foram 59.080 homicídios. O número representa um aumento de 10,6% desde 2005.
Entre 2010 e 2015, o aumento na taxa de homicídios foi menor, de 4%. Já na passagem de 2014 para 2015, houve queda de 3,1%.
O aumento de 10% de 2005 a 2015 é a variação que engloba o país como um todo. Mas, entre os estados, a diferença é bastante significativa. Em dez anos, apenas oito estados mais o DF tiveram queda na taxa de homicídios – Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo.
Enquanto isso, em outros 6 estados a violência mais que dobrou, sendo todos das regiões Norte e Nordeste. Os estados que tiveram aumento de mais de 100% na taxa de homicídios foram Amazonas, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins.
A piora mais intensa foi registrada no Rio Grande do Norte, por exemplo, onde o aumento na taxa de homicídios em 10 anos foi de 232% – ou seja, mais que triplicou. Já a maior baixa na taxa aconteceu em São Paulo, onde houve queda de 44%.
Quadro em 2017
O relatório do Ipea traz dados até 2015, mas o órgão traz também apontamentos sobre 2017. Segundo o Instituto, “apenas em três semanas são assassinadas no Brasil mais pessoas do que o total de mortos em todos os ataques terroristas no mundo nos cinco primeiros meses de 2017, que envolveram 498 atentados, resultando em 3.314 vítimas fatais”.
O estudo destaca as mortes em rebeliões em presídios de Manaus, Rio Grande do Norte e outros estados, além de episódios de violência nos estados no Espírito Santo, no Rio de Janeiro, em Fortaleza e em Salvador. “Não apenas ônibus foram incendiados, mas verdadeiras guerras foram travadas no espaço público, com inúmeros homicídios perpetrados contra civis e policiais.”
O Ipea aponta ainda que os números revelam uma “naturalização” do fenômeno do homicídio no Brasil, além de “um descompromisso por parte de autoridades nos níveis federal, estadual e municipal com a complexa agenda da segurança pública”.