Vereadores reiteram pedido de informações sobre viagem do prefeito e vice

- publicidade -

Atendendo a determinação da Câmara Municipal de Natal, o vice-prefeito Álvaro Dias apresentou um ofício prestando esclarecimentos sobre a viagem internacional que fez junto com o prefeito Carlos Eduardo Alves sem comunicar ao Legislativo natalense. O documento foi lido durante a sessão ordinária desta quarta-feira (03) e dividiu opiniões no plenário. No texto, Álvaro Dias alega desconhecer a previsão constitucional ou legal de autorização do parlamento para eventual ausência da capital potiguar do vice-prefeito, por período inferior a trinta dias, de acordo com a Lei Orgânica do Município.

O vice-prefeito afirma ainda que a prerrogativa de convocar o presidente da Câmara de Natal para assumir a Prefeitura não faz parte do conjunto de funções inerentes ao seu cargo, sendo esta uma competência restrita ao chefe do Executivo. Além disso, ele assume ter o dever de pedir autorização para afastar-se por mais de trinta dias, o que não ocorreu.

Em tempo: a Mesa Diretora da CMN, com a anuência das bancadas de oposição e situação, tomou a iniciativa de enviar ofício à Prefeitura exigindo explicações para saber se, realmente, os dois gestores estiveram ausentes durante dez dias, deixando a cidade acéfala. A Lei Orgânica permite ao prefeito se ausentar sem avisos por até 30 dias, desde que o vice-prefeito seja empossado automaticamente. De acordo com os parlamentares, o procedimento correto para a ocasião seria transmitir o cargo de prefeito para o presidente da Casa, vereador Raniere Barbosa (PDT).

Para o vereador Fernando Lucena (PT), o vice-prefeito não pôde passar o cargo para Raniere Barbosa pelo fato de não ter tomado posse. “Álvaro Dias não tinha conhecimento sobre nada. O prefeito Carlos Eduardo não lhe comunicou que ia viajar nem o empossou. A lei estabelece que quando o titular se afasta do cargo por qualquer motivo a posse do vice é automática. Como se vê, isso não aconteceu e o vice-prefeito acaba de jogar a bomba no colo do prefeito, ao afirmar no ofício que o chefe do Executivo não passou o cargo pra ele. Temos a confirmação que a cidade passou dez dias sem prefeito. Eles nem se deram ao trabalho de nos comunicar, o que mostra o desrespeito com o Legislativo”.

Já a vice-líder da bancada governista, vereadora Nina Souza (PEN), disse estar contemplada com as explicações do vice-prefeito sobre a situação. “Foi cirúrgico, sucinto e coerente. Escreveu um texto com base na lei, sustentado pelos aspectos jurídicos que a questão exige. Portanto, acredito que precisamos virar esta página de forma definitiva para podermos direcionar nossas energias na apreciação dos temas que realmente importam para a população”, defendeu a parlamentar.

Diante do impasse, o presidente Raniere Barbosa falou que pretende agir como um magistrado. “Fiz um encaminhamento para a procuradoria do Legislativo, que vai emitir um parecer em relação ao conteúdo da resposta. Observa-se, pela leitura do texto, o discurso do vice-prefeito Álvaro Dias não esclareceu a contento as razões da sua ausência”, avaliou. “Com prudência, vamos aguardar ou até mesmo reiterar de acordo com o que a procuradoria manifestar no seu parecer. Todavia, não vamos transformar isso num assunto meramente político. Somos poderes autônomos e estamos buscando um relacionamento de equilíbrio entre as duas instituições”, concluiu.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Assumiremos que você está ok com isso, mas você pode sair do site, caso não concorde. OkSaiba mais