Yago aposta nos aéreos para tentar dar o troco em John John em Saquarema
Yago Dora é uma unanimidade no free surf. Estrela de diversos filmes, ele sempre passou boa parte do ano viajando pelo mundo para lapidar o seu surfe. Nos últimos dois anos, no entanto, o paranaense radicado em Floripa tem buscado o equilíbrio entre o esporte livre e as competições, sendo um forte candidato a garantir um lugar na elite em 2018. Quando vê uma parede se transformar em rampa de decolagem, o top 3 da divisão de acesso (QS) só pensa em voar sobre a onda. O jogo aéreo aliado a um consistente surfe de borda formam um estilo único, que torna o atleta de 20 anos um candidato a surpresa no circuito. O havaiano John John Florence que o diga. Por muito pouco, o homem a ser a batido no momento não foi derrubado pelo brasileiro no primeiro round em Saquarema. A revanche contra o havaiano campeão mundial, líder do ranking e defensor do troféu do Rio Pro será na terceira fase. A Liga Mundial de Surfe aguarda por melhores condições nos próximos dias, e o confronto poderá acontecer nesta sexta-feira.
– Aéreo é uma manobra que eu sempre treinei muito, eu venho de Florianópolis, onde tem muito vento. Eu gosto de dar aéreos e acho que é a coisa mais radical e moderna que tem no surfe. É o que eu mais gosto de fazer. Quando vejo uma sessão, tenho vontade de voar. Está sendo uma oportunidade incrível para mim. Estou bem focado no QS para poder estar aqui no ano que vem. Ganhar experiência é muito bom. Eu já surfo com a majoria dos atletas do CT, mas estar competindo com eles é irado, uma oportunidade incrível. Dá para sentir o gostinho e me preparar para estar aqui no ano que vem – contou o paranaense.
Na estreia entre os 34 melhores surfistas do mundo, Yago precisava de 9.30 para virar a bateria contra John John e arrancou dos juízes um 9.27 com um aéreo altíssimo, ficando atrás por apenas três décimos: 14.67 a 14.64. Na repescagem, outro voo nota 9.10, desta vez, para varrer o americano Kolohe Andino e tirar o quinto do mundo da briga pelo título no Rio Pro.
– Foi a minha primeira vitória num evento do CT e estou amarradão. Eu fiquei bem nervoso no final, porque o Kolohe (Andino) tinha a prioridade (de escolher a onda seguinte), mas eu vi uma sessão onde podia mandar um aéreo, e o vento ajudou. Todos aqui têm potencial de serem campeões mundiais. Não são apenas os top 5 que vencem as etapas, tem outros surfistas ganhando também, então a disputa do título certamente será bem acirrada. Eu só quero mesmo me concentrar no meu surfe, sem pensar nos adversários – comentou Yago.