Testes sugerem mais carros da Volkswagen com fraude no Brasil
O número de veículos envolvidos na fraude em motores a diesel da Volkswagen, que ficou conhecida mundialmente como “dieselgate”, pode ser ampliado no Brasil, depois de testes feitos pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) a pedido do Ibama.
Em relatório, os pesquisadores da Cetesb sugerem que a prática ilegal de “maquiar” a emissão de poluentes durante os testes de laboratório pode estar também em modelos mais novos da Amarok, não somente nas 17 mil unidades dos anos 2011 e 2012 confirmadas até agora pela fabricante.
Em decisão na 1ª instância, o coordenador de cobrança do Ibama Halisson Barreto determinou o encaminhamento do relatório à Diretoria de Proteção Ambiental, que decidirá se abre ou não uma investigação sobre os modelos mais novos da Amarok.
Nos testes que serviram de base ao Ibama para manter a multa de R$ 50 milhões à Volkswagen, além de 5 modelos 2011 e 2012, a Cetesb avaliou 2 unidades da picape vendidas a partir de 2013, para ter um efeito de comparação, além de 4 picapes médias de outras marcas.
A surpresa foi que estes modelos mais novos da Amarok apresentaram diferença maior do que os modelos 2011 e 2012 entre os resultados de laboratório e os números obtidos em rodagem regular. No entanto, a Cetesb afirma que o estudo não é conclusivo por causa da pequena amostragem.
“Baseado nos resultados obtidos há indícios que os veículos Amarok, que devem atender a fase L6 do Proconve, podem estar equipados com algum item de ação indesejável, mas será necessário desenvolver estudos complementares para se estabelecer uma certeza”, diz a Cetesb no relatório obtido pelo G1.
Os modelos mais novos estão sujeitos a regras mais duras de emissões de poluentes, da fase L6 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), enquanto os modelos 2011 e 2012 devem atender aos parâmetros da fase L4.
A Volkswagen afirmou que “foi notificada na quinta-feira (23), está analisando a decisão e se manifestará oportunamente”.