Alagamentos na Zona Norte pautam audiência na CMN
Em dias de chuva a situação de algumas localidades da zona Norte se torna crítica devido à falta de drenagem e pavimentação. São alagamentos que se formam com lama misturada a lixo e esgoto, propiciando a infestação de insetos e doenças. Sobre essa problemática, a Câmara Municipal de Natal realizou audiência pública, proposta pelo presidente da casa, vereador Raniere Barbosa (PDT), com a participação de lideranças comunitárias, moradores, vereadores, estudantes e secretários municipais.
De acordo com a líder comunitária Lady Di, as comunidades do Parque das Dunas, Vila Verde, Vista Verde, Novo Horizonte, Jardim Brasil, e adjacências sofrem com a falta de obras de estrutura há décadas. Ela apresentou vídeo durante a audiência comprovando a reclamação. “Há quase 40 anos moradores sofrem com os alagamentos, ficam ilhados, perdem seus pertences e estão expostos à sujeira e doenças Já há casas interditadas. Queremos projeto de urbanização da lagoas de captação do Parque das Dunas e do Sapo, além da drenagem e pavimentação dessas vias”, reivindicou.
A assistente ministerial da Promotoria do Meio Ambiente disse que o Ministério Público acompanha esses casos e que serviços emergenciais não resolveram o problema. “Não vemos viabilidade de continuar somente com serviços de desobstrução. É uma situação crítica. Temos cobrado à Prefeitura e sempre há o argumento da falta de recursos”, relatou.
De fato, a falta de recursos é a explicação para a não-realização das obras, apontada pelo Secretário adjunto de Planejamento da Secretaria de Obras de Natal, Tomaz Neto. Ele apresentou o Plano Diretor de Drenagem que estima um montante de R$ 72 milhões para resolver o problema das comunidades em questão. “Precisaríamos implantar um extravasor a partir da Lagoa do Parque das Dunas, interligando à drenagem em Lagoa Azul. Seriam dois anos de execução a partir do início das obras, mas para apresentarmos projetos aos Ministérios a fim de receber recursos, o município precisa ter pelo menos 10% de contrapartida e na situação financeira em que se encontra não tem”, afirma o secretário.
Para Raniere Barbosa, a Câmara vai continuar debatendo o assunto, procurando reunir prefeito e moradores na busca de soluções. “Conhecemos o Plano de Drenagem, mas ainda não existem os projetos básico e executivo para que sejam apresentados ao Governo Federal. Há obras que precisam ser inciadas e outras que servirão para readequar o que já tem. A Câmara tem ser essa mediadora e vamos tentar marcar uma audiência com o prefeito para debater com os moradores”, disse.