Residência Terapêutica Oeste busca um novo olhar para pacientes com transtornos mentais
“Esse espaço é a casa deles”. É com essa frase que a diretora do Serviço Residencial Terapêutico (SRT) Oeste, ou Residência Terapêutica Oeste, Jacqueline Lopes, explica o significado do local para os nove moradores com transtornos mentais que são atendidos pelos profissionais da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
De acordo com definições, as Residências Terapêuticas são casas localizadas em espaços urbanos, constituídas para responder a necessidades de moradia de pessoas portadores de transtornos mentais graves, institucionalizadas ou não. “Recebemos aqui pessoas que passaram longos períodos internados, que não têm nenhum familiar e precisam de um espaço para seguir sua vida”, afirmou Jacqueline.
No SRT, os pacientes se deparam com uma rotina como de uma casa ‘comum’. “Aqui eles (pacientes) acordam a hora que querem, não existe aquela rotina rígida de horário específico para determinadas coisas. Eles assistem os programas que querem, fazemos passeios, tudo numa rotina normal. Incentivamos para que eles façam tudo por conta própria, como tomar banho e comer”, explicou a diretora.
Dentro da Residência, os moradores são acompanhados por oito técnicos de enfermagem, responsáveis pelas medicações. Além disso, mensalmente eles são levados para consultas no Centro de Atenção Psicossocial Oeste (CAPS Oeste) e recebem atendimentos clínicos na Policlínica Oeste.
Em Natal, existem três Residências Terapêuticas, sendo que a Oeste existe há oito anos. E, durante esse período, os resultados têm sido satisfatórios. “Temos um morador que veio do João Machado e lá os profissionais falavam que muitas vezes precisavam de cinco pessoas para conseguir lidar com ele durante os surtos. Ele já está aqui conosco há algum tempo e é o nosso morador mais tranquilo”, disse Jacqueline.
De acordo com a diretora, os profissionais que trabalham no SRT precisam ter um olhar diferenciado para os pacientes. “Precisamos acreditar nas pessoas, acreditar que elas podem melhorar, que têm o direito de viver, apesar das dificuldades”.
Apesar de não existir um prazo para que os moradores permaneçam na Residência, os profissionais seguem realizando trabalhos para tentar identificar os familiares dessas pessoas.