Galo gigante produzido em fazenda de Minas vale até R$ 10 mil
O negócio que começou como hobby para um fazendeiro do pequeno município de Baldim, na Região Central de Minas Gerais, se tornou uma empresa procurada por produtores de várias regiões do país e até de pesquisadores de outros países. Os galos da raça índio gigante, que medem mais de 1,15 metro de altura e podem valer até R$ 10 mil, assumiram o posto de animais mais importantes e lucrativos na fazenda São Sebastião, a 100 quilômetros de Belo Horizonte.
Considerado o nelore das aves, o galo gigante é resultado do cruzamento de três raças caipiras: o galo combatente, o galo malaio e o galo shamo. Ao se aproximarem dos galos de outras raças, que medem entre 60 e 80 centímetros de altura, esses gigantes esbanjam sua fidalguia pelo terreiro. Se, inicialmente, eles despertavam grande interesse entre promotores da atividade ilegal de rinhas, passaram a chamar a atenção no mercado da carne. Afinal, seu peso alcança entre 5 e 7 quilos.
Conhecido na região de Baldim, foi o fazendeiro Nelson Bernardino, morto no ano passado, quem introduziu o índio gigante na propriedade há 10 anos. O genro dele, Higor Brion, conta que, no início, o espaço para a criação era bem pequeno. “Com o tempo, as pessoas chegavam curiosas, pouca gente conhecia essa raça, muitos queriam comprar ou pegar emprestado para reproduzir. Ele (Nelson) viu que o animal era muito bom, era uma raça diferente. Procuramos conhecer esse mercado e resolvemos investir ”.
Além dos galos da raça índio gigante, que podem ser vendidos a preços entre R$ 1 mil e R$ 10 mil, dependendo das características do animal, a fazenda vende também pintinhos da raça gigantesca, a um custo que varia de R$ 50 a R$ 200. O cliente pode, ainda, adquirir frangos e frangas já vacinados para reprodução e ovos. A dúzia varia de R$ 200 a R$ 400.
A raça índio gigante começou a ser criada nos estados de Goiás e Minas Gerais durante a década de 1980, mas no início era restrita aos colecionadores de aves ornamentais. A partir de 2000 esses animais se espalharam pelo Brasil. Atualmente, são cerca de 10 mil criatórios da raça.
GENÉTICA
No setor de reprodução da propriedade, os criadores selecionam as melhores galinhas e as inseminam com o esperma do galo que também tem as melhores características. “O sêmen do galo é analisado pelo veterinário para conferir como está a concentração de esperma, se está saudável, se está fértil. Montamos uma árvore genealógica dos cruzamentos desejados e acompanhamos cada filhote”, conta o criador.
Uma das vantagens da criação é que os galos gigantes são rústicos e não precisam de uma infraestrutura complexa. No entanto, o processo exige um acompanhamento minucioso desde o momento em que as galinhas botam os ovos e os criadores levam vários anos para conseguir alcançar o perfil ideal dos animais.
No setor de incubação, os ovos ficam entre três e quatro dias em um quarto com temperatura e umidade controladas. Depois, os pintinhos são levados para a primeira etapa da cria, permanecendo durante 45 dias em ambiente de temperatura controlada entre 30 e 32 graus. Já desenvolvidos, vão ao chão quase quatro meses depois de nascer e levam até um ano para atingir o tamanho máximo. Com um ano de vida, os galos oferecem mais três anos de boa média de reprodução e cada um comanda 10 galinhas em seu poleiro.