‘Packs’: grupos vendem pacotes de fotos e vídeos pornográficos em redes sociais

06/04/2016- O uso do telefone celular para acessar a internet ultrapassou o do computador pela primeira vez no Brasil. É o que aponta o Suplemento de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014 divulgado hoje (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais da metade dos 67 milhões de domicílios brasileiros passaram a ter acesso à internet em 2014 (54,9%). Em 2013, esse percentual era 48%. Mais de 60% dessas casas estavam na área urbana. Foto: Bruno de los Santos/Fotos Públicas
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A reportagem especial deste domingo (9) traz um alerta para as famílias. O assunto é a disseminação de pornografia infantil na internet. Uma investigação do Fantástico mostra que jovens e menores de idade estão produzindo e vendendo material pornográfico nas redes sociais. São os chamados “packs”, pacotes com fotos.

Durante sete meses, os repórteres Carlos Henrique Dias e Giuliana Girardi mergulharam nesse submundo, entraram em grupos e desvendaram esse esquema.

Quando digitou a palavra “pack” na rede, o produtor do Fantástico descobriu que submundo é esse, que envolve pais completamente alheios ao que anda acontecendo no quarto ao lado; adolescentes achando que tiraram a sorte grande, mas tomaram calote; e jovens sendo presos depois de cometerem crimes.

Nosso produtor deu de cara com tudo isso quando decidiu mergulhar nesse universo nas redes sociais: TwitterWhatsApp e Telegram. Trocou mensagens e logo foi convidado a participar de grupos privados gigantescos – um deles com 200 mil participantes. Assim, descobriu várias siglas usadas, entre elas “CP”, que significa pornografia infantil. O valor para entrar no grupo e ter acesso? R$ 50.

Após as conversas, encaminhamos todo o material obtido para a polícia. Um jovem foi preso em São Paulo.

“Através das informações repassadas pela investigação de vocês, chegamos a essa pessoa. Chegamos na residência, a mãe estava branca, quase desmaiando, pelo susto que levou. Principalmente porque o mandado era em desfavor do filho dela, de 18 anos, filho único. Somente quando foi aberto o aparelho celular que ela viu que havia fotos de pornografia e que tava constatado que ele estava vendendo aquele material em forma de pacotes na internet. O dinheiro que ele recebia, ele dizia que era proveniente de jogos online que ele estava vendendo. A mãe ficou totalmente fora de si”, conta Ana Lucia Miranda, delegada titular da Delegacia de Repressão à Pedofilia.

Na Bahia, em Salvador, outra prisão de um jovem de 19 anos. Outro pai surpreendido.

“Ele ficou completamente chocado com o que viu, não entendeu muito bem. Tive que parar para explicar o que estava acontecendo e ele não imaginava. Pensava que o filho ficava o tempo todo, a maioria do tempo jogando. Foi constatado farto material relacionado à pornografia infanto juvenil, inclusive com negociação desse material para outros países como Colômbia e Rússia, por exemplo. E uma situação assim, diálogos: ‘Nós preferimos crianças menores que 8 anos de idade. Você tem algo relacionado a bebês?’”, relata Simone Moutinho, delegada titular da Delegacia Especial de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente.

Fantástico também conversou com jovens que forneciam o material para os packs. Uma delas, uma estudante de Sorocaba, contou que começou a pesquisar a venda de packs pornográficos porque o assunto bomba em suas redes sociais, mas que não passa de uma grande ilusão.

“Existe muito dessa romantização, glamourização, e muitas meninas acabam fazendo por incentivo do momento. Sem pensar nas consequências. Você não sabe o que pode acontecer com essa fotos, onde elas vão parar”, afirma Mayara Lima.

Asssista a matéria na íntegra pelo link abaixo:

https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2022/01/09/packs-grupos-vendem-pacotes-de-fotos-e-videos-pornograficos-em-redes-sociais-inclusive-de-menores-de-idade.ghtml

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