Guerra: “Não durmo há 5 dias tentando afastar corpos e bombas”, diz ucraniano

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Direto de Lviv, na Ucrânia

Celular na mão como se pudesse unir som e imagem reais uma última vez antes da partida do trem, Yevgeni Gonishuk se aproximava e se afastava da janela do trem parado na estação central de Lviv, no oeste da Ucrânia. Dentro da composição estava, sua esposa Oksana e os filhos Anya, de 9 anos, e Ilya, de 13, prestes a realizar uma viagem de aproximadamente 2 horas até a cidade polonesa de Przemysl.

Nos últimos 11 dias de invasão russa na Ucrânia, Gonishuk e a família permaneceram em Kharkik, segunda maior cidade do país e uma das mais gravemente atacadas pelos russos, que tentam controlar a ex-capital e formar um arco ao longo de toda a fronteira centro-leste do país. A região tem uma população majoritária de falantes de russo, o que serve de justificativa para a ação comandada por Vladimir Putin. Kharkiv e Mariupol são as grandes cidades que ainda resistem à formação deste arco.

“Vimos tantos mortos, bombas e corpos em toda parte… há cinco dias que não durmo, tentando tirar minha família de Kharkiv, depois que nosso bairro foi bombardeado”, se emociona Gonishuk.

De acordo com o escritório de direitos humanos da ONU, 364 civis foram mortos ao longo dos 11 dias de invasão, e 759 ficaram feridos. A Rússia nega o número de vítimas e afirma que vem tomando medidas para a proteção de civis. Na segunda-feira (28) uma equipe de jornalistas da rede britânica Sky News foi alvejada por soldados russos; o câmera da equipe levou dois tiros, que atingiram o colete a prova de balas.

Ao todo, o número de refugiados ucranianos supera 1,5 milhão, de acordo com agência da ONU para Refugiados (Acnur). Oksana e os filhos com Yevgeni se juntam a esta multidão que vem se espalhando aos poucos pela Europa, muito concentrada ainda em países vizinhos como Polônia e Romênia.

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