Fernando Freire isenta Luiz Almir: “Nunca indicou ninguém”

Ex-governador afirmou que, enquanto foi vice-governador ou mesmo governador, Luiz “nunca fez parte da base de apoio ao Governo por não ser deputado estadual à época”

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O ex-governador do Rio Grande do Norte Fernando Freire, preso desde 2015 e condenado por prática de peculato (subtração e desvio de dinheiro público) em um esquema irregular de concessão de gratificações enquanto ele era gestor estadual, escreveu uma carta na qual isenta o vereador natalense Luiz Almir (PR), seu “amigo desde 2001”, de ser corresponsável no arranjo ilícito.

Freire afirma no documento que, enquanto foi vice-governador ou mesmo governador, Luiz “nunca fez parte da base de apoio ao Governo por não ser deputado estadual à época”. O atual vereador foi deputado estadual de 2003 a 2009. O esquema estuda irregularidades entre 1995 e 2002.

Ainda de acordo com o ex-governador, acusado de liderar a Máfia dos Gafanhotos, como se tornou conhecido o esquema, “o vereador nunca indicou ninguém para ordenar despesas nos períodos em questão”. “Ele muito menos pediu cargos para ninguém trabalhar sem receber”, complementa Freire.

A carta termina com o ex-governador afirmando não conhecer “nenhum ato que desabone a conduta do vereador Luiz Almir”. “É um homem que, desde que o conheci, reside na mesma casa e mantém o mesmo padrão de vida”, conclui o ex-governador.

 Condenação

Tanto Fernando Freire quanto Luiz Almir foram condenados pelas acusações de envolvimento na Máfia dos Gafanhotos pelo juiz Raimundo Carlyle, da 4ª Vara Criminal de Natal, no último dia 3 de março. A partir de uma denúncia formulada pelo Ministério Público e julgada por Carlyle, o vereador recebeu a pena de 12 anos e 7 meses pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. O ex-governador recebeu a condenação a 13 anos e 7 meses pelo primeiro motivo.

Na mesma sentença, o juiz Raimundo Carlyle condenou ainda por peculato Antônio Laézio Filgueiras Magalhães, Ubirajara Manoel Firmino de Oliveira, Flávia Maria Fabiana Severo Cavcalcanti, Evânia Maria de Oliveira Godeiro, Jean Coelho Bezerra, Cauby Barreto Sobreiro, Amós Plínio Batista, Djai Monteiro Teizeira, Antônio Alexandre do Nascimento Rodrigues e Genivaldo Ferreira da Silva. Todos tiveram pena de 4 anos e 6 de meses de reclusão. Já Márcio Carlos Godeiro foi condenado a 10 anos e 6 meses pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

Na análise do processo, foram identificadas 13 pessoas que foram incluídas como beneficiárias de gratificações mediante recebimento de cheque-salário, sendo a maioria indicada por Luiz Almir. As investigações indicaram que as pessoas que recebiam as gratificações repassavam os valores para outras contras, visando beneficiar Freire e Almir. Algumas das pessoas sequer cumpriam expediente.

Ao tomar conhecimento da condenação, o vereador Luiz Almir se disse surpreso. “Eu não tenho culpa nenhuma. Eu não sou gestor nem ordenador de despesas para dar gratificações. Só quem podia dar gratificação era ele (Fernando Freire), e ele deu”, explicou. “Como vereador, o que eu posso fazer é pedir. E pedir não é crime”, concluiu.

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