PCC treina espiões para atacar agentes públicos

Ministério Público está apurando ação da inteligência do crime organizado, que executa as vítimas simulando um latrocínio

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Com uso de tecnologia, cursos de informática e investigação, o crime organizado tem se infiltrado na vida de agentes públicos e planejado seus assassinatos. Este é o novo setor do Primeiro Comando da Capital, o PCC, descoberto pelo grupo de combate ao crime organizado do Ministério Público de São Paulo.

O primeiro encarregado dessa espécie de repartição da facção é Saulo Pereira da Silva, preso no interior do Estado. Saulo fez um curso de investigador particular financiado pela facção. Para analisar o dia a dia dos agentes públicos, ele contava com informações privilegiadas e, ao saber onde a pessoa morava, colocava uma câmera remota e gravava toda a rotina do alvo. Feito isso, era só aguardar a ordem para matar.

No computador de Saulo, o órgão encontrou arquivos com os dados dos agentes públicos que seriam mortos. Também havia planos para mortes de pessoas comuns, juradas pela facção, além do código para decodificar as mensagens criptografadas do PCC.

Simulação de latrocínio

A descoberta do plano colocou as autoridades em alerta. A preocupação é que existam outras células que façam parte da chamada sintonia de inteligência preparando ataques, sempre simulando latrocínio – roubo seguido de morte – para que a polícia seja levada a acreditar que as mortes de agentes públicos ocorreram em virtude da violência urbana, e não a mando da facção.

Preocupado com a questão, o Ministério Público pediu que os líderes do PCC fossem levados para presídios federais, mas apenas alguns deles foram transferidos.

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