“beira o absurdo”, diz Associação de oficias da PMRN sobre retorno de ex-comandante geral
O ex-comandante da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, ANDRÉ LUIZ VIEIRA DE AZEVEDO, que tinha sido aposentado em fevereiro, recorreu na justiça e conseguiu voltar à ativa. Na publicação desta quinta-feira (1), o Diário Oficial do RN traz o seu retorno a ativa contrariando a
Associação dos Oficiais Militares Estaduais do RN que emitiu uma nota sobre o retorno do militar. Vale ressaltar que Azevedo é pré-candidato a deputado estadual e se diz ter o apoio desta mesma associação.
Segue a nota:
A Presidência da ASSOFME reconhece todo o esforço e inteligência que o Cel Azevedo conduziu a PMRN no curto período que esteve na condição de Comandante Geral, porém, não sem antes deixar registrado que o Cel Azevedo foi o único Comandante Geral que, em quase 200 anos de história da PMRN, mesmo tendo tempo de serviço militar sobrando para se transferir para a reserva, ao ser exonerado da função, retornou à tropa para o exercício de função inferior, algo impensável até então, na cultura Castrense.
Até o presente momento, mantivemos o silêncio ético e reconhecedor do seu trabalho e não lhe fizemos nenhuma crítica, ao contrário, apenas elogios, mas beira o absurdo a iniciativa de querer se perpetuar no serviço ativo em detrimento dos seus colegas que estão em postos inferiores e precisam ascender da mesma forma que o associado ascendeu, sobretudo tendo em vista a preocupação social de que este precedente envelhece Tenentes e Capitães, o que, invariavelmente, precariza o serviço policial militar.
Não merecem prosperar os argumentos do Sr. Cel Azevedo, no sentido de que estaria sendo perseguido pelo governo pela não implantação das gratificações a que faz jus, pois muitos associados se encontram na mesma situação. Além do mais, a Justiça que lhe garantiu a permanência na ativa até o ano de 2028 é a mesma que pode determinar a implantação das gratificações a que faz jus.
Também não merece prosperar o argumento de perseguição decorrente da Ação Civil Pública mencionada. A ação fora proposta ainda no ano de 2009, contando com quatro outros Coronéis como réus, dentre os quais, um ex-Comandante e um ex-Subcomandante Geral, os quais estão atualmente na reserva remunerada. Ademais, caso o Sr. Cel. Azevedo seja eleito deputado estadual, como é o seu objetivo, teria que ser transferido para reserva da mesma forma. Segundo a própria assessoria jurídica da ASSOFME, é muito mais viável defender a impossibilidade de uma despromoção de um militar quando este já estiver na reserva.
Por fim, preocupados em ver a sociedade padecer com Oficiais idosos em Postos operacionais e com a família de seus outros Oficiais, que necessitam da renovação dos quadros da PMRN para ascenderem, INFORMAMOS aos senhores associados que lamentamos profundamente a decisão do Sr. Cel André Luiz Vieira de Azevedo, em querer permanecer na ativa até 2028, e que já adotamos as medidas judiciais cabíveis para contestação de seus argumentos, assim como já fizemos e faremos com qualquer pessoa que tente criar obstáculos a ascensão dos nossos Associados.
ASSOFME.