Bota recupera brio e identidade e avança na Libertadores
Um puxão de orelhas, esporadicamente, fez bem. Por vezes, se faz até necessário. Nesta quinta, o Botafogo voltou a ser o time que encantou no início da Libertadores. Foi organizado, dedicado e, acima de tudo, aguerrido. Uma equipe com brio e identidade. Mas a vitória por 1 a 0 diante do Atlético Nacional, atual campeão, começou momentos antes do início da partida: na preleção.
Para motivar, mostrar a importância da superação e resgatar o espírito do início da Libertadores, o técnico Jair Ventura apresentou ao elenco um vídeo sobre Ayrton Senna e algumas barreiras que o tricampeão da Fórmula 1 teve que enfrentar para se tornar um vencedor. Além disso, a comissão técnica também adotou uma estratégia diferente e fez uso da “negação”, provocando os atletas e dizendo que eles não seriam capazes de passar por alguns obstáculos.
– O Jair é um técnico maravilhoso. Além de motivador… Se um dia você tiver a oportunidade de assistir uma preleção dele… Os jogadores saem babando na gravata e querendo ganhar o jogo de qualquer maneira. É um grande ponto que o Botafogo tem. No final da preleção passaram um filme sobre o Ayrton, as etapas que ele passou… Isso motiva – afirmou Cacá Azeredo, vice de futebol do Botafogo.
De fato, os jogadores entraram em campo “babando na gravata” desde o apito inicial e resgataram a identidade aguerrida dos primeiros jogos na Libertadores. Deu certo. Os colombianos pouco ameaçaram, o time voltou a vencer a garantiu a vaga nas oitavas de final com uma rodada de antecedência.
Por conta das atuações apáticas e irreconhecíveis nas derrotas para Barcelona de Guayaquil e Grêmio, o Botafogo já vinha sofrendo críticas quando à queda de rendimento nos últimos jogos. Jair Ventura reconheceu que estava faltando algo, mas disse que a cobrança e, especialmente a mudança de postura, foram algo interno, que partiu deles próprios.
– A nossa motivarão e mudança de postura tem que ser interna. Estávamos incomodados. Quem tem que mudar a situação somos nós. Sabíamos da nossa responsabilidade. Sofremos uma derrota em casa, mas ficou claro que aquilo foi o acaso.